quinta-feira, 5 de outubro de 2023

A mobilidade na política? A política na mobilidade?

A mobilidade não é da ideologia. Não é da esquerda nem da direita.

A mobilidade a sério é liberdade.

Liberdade para os cidadãos escolherem o meio que mais lhes convém para se deslocar! Porém, o que ainda prevalece neste país é a ditadura do automóvel.
As políticas, as infraestruturas, a pedagogia está toda orientada para favorecer a posse e uso do automóvel, sem se questionar.

No meio político e académico que estuda e determina a mobilidade, ainda prevalecem maioritariamente pessoas que só andam de automóvel e só conhecem o volante. Nas suas mentes bicicletas são brinquedos, andar a pé é desporto e transporte público é para os desgraçados que não tem carro como as pessoas normais.

A prova disto é que há muita resistência em criar vias de transporte público segregado e ciclovias segregadas também... porque interferem no espaço dominado pelo automóvel... E é assim que vamos tendo os transportes públicos atrasados, longe dos melhores padrões de serviço e sem ser atrativos para a população. E raras são as pessoas a usar a bicicleta no quotidiano, porque só lhe está reservado risco físico e potencial conflito com peões e automóveis.

Há autarcas e governantes que enchem a boca com "mobilidade sustentável" e em 2023 neste país não se consegue resgatar um metro quadrado às faixas de rodagem e estacionamento para construir uma ciclovia.
E claro que são precisas mais ciclovias.

Claro que é preciso mais transporte público.

E isso obriga a redistribuir o espaço nas cidades.

Se houver ciclovias seguras e transportes fiáveis, em pouco tempo as pessoas que puderem e desejarem vão abandonar o automóvel. E deixar mais espaço na estrada para quem realmente precisa e não tem alternativa ao uso do automóvel. Assim as ruas aumentam a sua capacidade com a oferta de solução segura para utilizar diferentes modos. Peões, ciclistas, transportes públicos e automóveis podem coexistir. 

É liberdade dar escolha ao cidadão!

É ecologia baixar emissões poluentes!

É saúde aumentar a atividade física e prevenir as doenças crónicas que sobrecarregam o SNS e consomem os nosso impostos!

É economia diminuir a dependência da importação de produtos petrolíferos e o seu peso nos orçamentos familiares!

Isto é estudado, há informação. Há ciência. A mobilidade induz-se. Mais estradas são mais trânsito, mais engarrafamento, mais conflito.
Nunca como agora foi tão fundamental pensar o espaço público, os transportes, a mobilidade, a favor da saúde, da economia, da vida e do mundo que queremos deixar aos nossos filhos!

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