Neste processo de refundação do sistema de transportes português, em que a ferrovia assume o papel principal, adiantamos o diagrama de ligações, que as intervenções na infraestrutura propostas possibilitam.
Essas intervenções infraestruturais estão mais detalhadamente expostas nos artigos de cada região que se seguem a este post. Mas, para entretanto se entender o diagrama apresentado, sinteticamente:
- Nova Linha AV Porto-Lisboa (em curso)
- Novo Linha AV Porto-Aeroporto-Braga-Vigo (em estudo)
- Nova Linha AV Évora-Badajoz (em curso)
- Nova Linha padrões Velocidade Elevada (VE) de Trás-os-Montes até Zamora
- Variante da Linha do Norte entre Pombal-Leiria-Fátima-Entroncamento
- Atravessamento diametral de Lisboa (Carregado-Loures-Aeroporto-Bela Vista-TTT-Barreiro)
- Nova Linha VE Barreiro - Pinhal Novo - Aeroporto Luís de Camões
- Variante da Linha do Sul em padrões VE entre Torre Vã e Tunes
- Variante da Linha do Oeste entre Malveira e Loures
- Variante da Linha do Alentejo passando pelo Aeroporto de Beja
- Variante da Linha do Algarve passando pelo Aeroporto de Faro
- Atravessamento diametral de Braga com ligação padrões convencionais a Guimarães ( secção do Arco Minho-Trás-os-Montes e Alto Douro)
- Ramal de acesso ferroviário a Póvoa de Varzim e Vila do Conde
- Variantes da Linha da Beira Alta em padrões VE por Tondela-Viseu-Mangulade e Celorico da Beira-Guarda
- Concordância da Mealhada (em curso)
- Concordância no Entroncamento
- Variante da Linha da Beira-Baixa (túnel da Gardunha)
- Novo Acesso ferroviário à cidade de Portalegre
Os Nacional Expresso, caracterizados pelas altas prestações de velocidade e menor tempo de viagem, atravessam o corredor Atlântico, entre o Minho e o Algarve, passado obrigatoriamente por Lisboa e Porto.
E os InterRegionais, que servem a coesão territorial, distribuídos por toda a rede ferroviária do país, servindo também como feeders dos Nacional Expresso.
A satisfação de procura destes serviços obriga a atravessar sempre o Porto ou Lisboa, ou até ambas.
Com uma oferta regular, cadenciada, que atravesse duas ou mais regiões, com menos rupturas de carga e menor necessidade de transbordos. Cada uma das linhas de InterRegional propostas, substitui dois ou três serviços regionais fraturados entre si, situação constante no paradigma atual.
A oferta InterRegional é capaz
Ter todos os Aeroportos acessíveis através de ferrovia de longo curso é outro requisito satisfeito com esta visão. Assim como o acesso aos principais centros hospitalares e universitários do país.
Ter as ligações de longo curso a atravessar diametralmente as áreas metropolitanas, com términos em Sintra, Cascais e Setúbal no caso de Lisboa e, com términos em Póvoa de Varzim, Viana, Valença e Guimarães na região litoral norte em torno da área metropolitana do Porto.
De seguida, o detalhe das linhas, tempos de viagem e frequências a colocar a concurso numa visão de liberalização da rede, a que os operadores devem corresponder:
Ambas as ligações atravessam em padrões de Alta Velocidade ou Velocidade Elevada o corredor Atlântico.
A linha NE1 serve as cidades intermédias do corredor Porto-Lisboa.
A linha NE2 serve o Litoral Norte, Alentejo e Algarve, com uma cadencia a cada 2 horas, que é intercalada com a frequência de outro serviço de altas prestações no corredor Atlântico, entre A Corunha e Sevilha.
Esta visão cadenciada nos InterRegionais, com espaços de 2 horas entre cada circulação, é intercalada com serviços regionais da competência das Autoridades Regionais de Transportes, que serão expostas nos artigos seguintes.
Em troncos comuns, especialmente na Linha do Norte, a cadência aumenta, levando a frequências de 30 minutos.
Com oferta de ligações diretas entre origens e destinos múltiplos. Por exemplo, ter Trás-os-Montes ligado diretamente a Lisboa. O Alentejo e o Oeste ligados diretamente ao Porto. E as Beiras Alta e Baixa ligadas quer a Lisboa, quer ao Porto. E isto com apenas 10 linhas. Apenas 10 serviços para a coesão territorial.
Salientamos um detalhe. Fátima. Fátima é um local procurado por milhões de pessoas anualmente. Nos dias de hoje, há cerca de 180 autocarros que chegam e 180 autocarros que partem de Fátima diariamente, para todo o país. E isto apenas serviços regulares, fora os serviços ocasionais.
Sabendo disto, é impossível que a cidade de Fátima não passe a ser diretamente servida por ferrovia no âmbito de um Plano Nacional Ferroviário. É imprescindível uma variante à Linha do Norte, entre Leiria e o Entroncamento. A orografia é desafiante, mas está em causa um dos 4 destinos mais procurados em todo o país.