Os acessos ferroviários na Área Metropolitana de Lisboa são os mesmos desde o fim do século XIX, com excepção da entrada em funcionamento da travessia ferroviária da Ponte 25 de Abril e fecho do arco da margem sul até ao Pinhal Novo.
As modernizações dos eixos suburbanos de Sintra e Azambuja nos finais do século passado já de pouco valem hoje. E a eternamente adiada renovação da Linha de Cascais deixa o acesso ferroviário suburbano a Lisboa muito aquém da demanda e longe dos padrões que se verificam em qualquer capital europeia.
Fazem falta novos eixos suburbanos e regionais, que atravessem diametralmente Lisboa e que respondam às necessidades das novas periferias que se desenvolveram ao longo dos últimos anos.
Na nossa visão do território, há dois corredores suburbanos que necessitam de ser satisfeitos com ferrovia pesada:
1) Corredor intermédio entre as Linhas de Sintra e Cascais. Para ligar diretamente à rede Alcabideche, Tires, S. Domingos de Rana e Porto Salvo. O maior desafio desta proposta está na penetração na zona ocidental de Lisboa. Com Monsanto como obstáculo natural, só nos parece viável ancorar esta nova linha nas ancestrais linhas de Sintra e/ou Cascais.
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2) Corredor Ericeira - Mafra - Loures - Alta de Lisboa.
Este corredor, ganha escala ao ser conciliado com a discutida "Variante da Linha do Oeste" E na penetração da zona Norte de Lisboa, parece oportuna a conjugação com a nova Linha de Alta velocidade de/para o Porto.
Esta solução tem os custos elevados, obriga a viadutos no vale do Trancão e a túneis para atravessar a zona de Camarate e Alta de Lisboa.
Mas tem as virtudes de servir a zona Alta de Lisboa, isto se já não chegar a tempo de servir o Aeroporto Humberto Delgado.
Mesmo com a anunciada substituição deste, pelo novo aeroporto em Alcochete dentro de uma década, haverá nessa área uma nova cidade a desenvolver. Parece oportuno prevenir já a acessibilidade ferroviária regional de tamanha área a densificar nessa zona de Lisboa.
Outras virtudes deste corredor são o alinhamento natural com a TTT Chelas-Barreiro e o recentramento do nó ferroviário numa zona mais central de Lisboa.
A Gare do Oriente não é na nossa visão a estação central que Lisboa merece. Está muito descentrada em relação ao centro da cidade e dificilmente terá capacidade para responder a um aumento de procura ferroviária que se deseja dentro de décadas. Fisicamente não há espaço para a expandir. Assim como a exploração da Linha do Norte até ao Carregado tem limitações anunciadas.
A intercepção de um novo eixo Norte-Sul ferroviário com a ancestral Linha de Cintura na zona confinada entre as Olaias e a Belavista, configura uma localização muito poderosa.
Com esta configuração, é um local em que se torna possível ter acesso a todos os destinos:
- acesso a Alta Velocidade Porto e Norte, Sul e Madrid;
- acesso a longo curso e regionais para todo o país pelas linhas do Norte, Alentejo, Sul, Oeste;
- atravessamento de várias linhas suburbanas de Sintra, Cascais, Azambuja, Setúbal e Margem Sul e Novo Aeroporto Luís de Camões;
Durante muito tempo, em termos de acessos ferroviários (e não só), a solução do novo aeroporto de Lisboa parecia assentar como uma luva numa área algures entre Pinhal Novo e Poceirão. Estaria optimamente alinhado com a saída de Lisboa para Madrid, Alentejo, Algarve e, através da TTT para o norte do país támbem.
Com a anunciada escolha de Alcochete, o posicionamento geográfico do novo aeroporto obriga a equacionar novas variantes e desvios ferroviários a norte do Pinhal Novo.
É relativamente fácil idealizar o prolongamento dos serviços de longo curso Porto-Lisboa até ao Aeroporto Luís de Camões via TTT, assim como os serviços Madrid-Lisboa a atravessar o mesmo.
Quanto aos serviços regionais suburbanos, importa configurar uma conjugação de linhas convergentes para o aeroporto a partir de diferentes pontos da Área Metropolitana de Lisboa, com cadencia e frequência.
Além da Área Metropolitana de Lisboa, a Rede de Interesse Regional abrange os corredores do Oeste, do Vale do Tejo até Tomar e Abrantes, do interior Ribatejano, assim como os corredores para Évora e Alentejo Litoral até Sines, que são partilhados com a Rede de Interesse Regional do Alentejo.
Visão Geral da Rede de Interesse Regional, com presença das linhas da Rede de Interesse Nacional:
Os serviços Regionais caracterizam-se por convergir/divergir radialmente para/de Lisboa (Rossio ou Santa Apolónia).
Nas áreas servidas por serviços Suburbanos, os Regionais não param em todas as estações, encurtando o tempo de viagem de/para a ultraperiferia de Lisboa.
Aplicamos o exemplo da ferrovia de Paris e Île-de-France: Suburbanos RER diametrais e Regionais Transilien radiais.
Os serviços Suburbanos caracterizam-se predominantemente por linhas diametrais que atravessam a Área Metropolitana, com vários cruzamentos entre si, potenciando o efeito de rede.