quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Sistema de Mobilidade do Ave e Cávado Litoral

A Região Norte Litoral é um território que definimos como Multipolitano.
Tem várias cidades e vilas, dispersas, sem continuidade urbana, com espaços intersticiais florestais e agrícolas.

Tem apenas uma Área de facto Metropolitana em torno do Porto como maior pólo e depois tem um conjunto de subregiões com outros pólos: Vale do Ave, Braga e Vale do Cávado, Vale do Sousa, Baixo Tâmega, entre outros.


Isto não obedece à convencional divisão administrativa, NUTS, concelhos, distritos, que está há muito distorcida das realidades territoriais, e enviesada por interesses vários.

Na área aproximada dos atuais municípios de Póvoa de Varzim, Vila Do Conde, Barcelos e Esposende, fica a subregião que designamos de Ave e Cávado Litoral.

Quase 300 mil habitantes habitam este território, com dinâmicas económicas importantes, indústria, comércio e alguns pólos de ensino superior.

Há relações quotidianas e sazonais com a Área Metropolitana do Porto, com o Vale do Cávado e com o Vale do Ave.

Em termos de transportes e mobilidade, esta área central da faixa litoral da Região Norte, não beneficia da sua centralidade e tem debilidades que importa atender.

Para corrigir este cenário, desenhamos um conjunto de propostas para revolucionar a mobilidade no interior da subregião do Ave e Cávado Litoral, assim como as relações regionais com todas as outras subregiões à sua volta:



Bus Rapid Transit Interurbano do Cávado Litoral

A subregião do Cávado Litoral, é um triângulo entre a Póvoa de Varzim, Barcelos e Esposende, que é um território vazio quando nos dedicamos a ver os mapas e diagramas das redes de transporte da Região Norte do país.

As atuais carreiras urbanas não são atrativas. Mal comunicadas, sem presença no mapa/diagrama da rede de transportes. Horários irregulares, mal interligados com outros transportes e locais geradores de procura, pouco fiáveis, demorados e frequentemente presos no transito, não faz ninguém considerar sequer trocar o automóvel.

Tendo a Póvoa de Varzim e Barcelos acessos à Rede Ferroviária de Interesse Regional, o corredor entre estas duas cidades poderia ter uma solução de transporte em sítio próprio, que as unisse.

É um corredor de baixa densidade, e como tal, uma solução ferroviária, ainda que ligeira, pode não se justificar. 

É espaço para os ultimamente famosos BRT - Bus Rapid Transit, ou Metrobus como se gosta de chamar em Portugal.

Apesar de ser uma solução preferencialmente adequada aos centros urbanos, para vencer a concorrência do trânsito rodoviário banal, beneficiando de canal próprio e priorizado, nada impede que se estendam esses canais fora das cidades.

O acesso à Póvoa de Varzim é fácil de implementar, aproveitando o canal da antigo ramal da Póvoa a Famalicão, entretanto transformado em ecovia.
Entre a Estação da Póvoa e Laúndos, conseguia-se servir a zona nascente da cidade da Póvoa e o eixo suburbano que irradia para nordeste ao longo do canal da EN204.

Quanto à cidade de Barcelos, esta solução confere a possibilidade de estruturar um atravessamento diametral da cidade, perpendicular à linha do Minho e com intercessão na Estação Ferroviária a remodelar para Intermodal.
Um traçado entre Galegos e Vila Frescaínha, passando nas proximidades do IPCA e de várias zonas comerciais, escolas e o centro cívico da cidade.

Além das relações entre si, Póvoa de Varzim e Barcelos também se relacionam muito com Esposende. Estrelar este sistema de transportes em canal próprio entre as três cidades é uma visão que a geografia e os corredores entre elas permitem.



Esposende, Apúlia e Fão, acrescentam procura a este sistema, o oferecem coesão territorial. Esposende ficaria a um transbordo do acesso ferroviário em Barcelos ou na Póvoa.

Em Barqueiros, um ponto relativamente equidistante entre as três cidades, seria o local de convergência dos três ramos.



Na infraestrutura, imaginamos um canal segregado em via única, com alguns locais duplicados para cruzamentos.

Na operação deste sistema estrelado com três pontas, 3 linhas, cada uma com frequência de 30 minutos, que na prática serão 15 em cada localidade servida por duas.




Se integrarmos este projecto BRT Interurbano do Cávado Litoral, com a visão do Tramway Urbano da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, geramos o Subsistema de Mobilidade do Ave e Cávado Litoral:


Um conjunto de soluções de transporte, para estruturar um território Multipolitano, solucionar a sua má mobilidade interna e reforçar a conectividade com os territórios vizinhos.

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