Sistema Ligeiro de Viana e Vale do Lima

A Linha do Vale do Lima, entre avanços e recuos nas primeiras décadas do século XX, chegou a ter os carris alinhados nas travessas entre Viana do Castelo e Ponte de Lima. Contudo, mesmo quando já havia automotoras elétricas prontas a circular, esta linha de via estreita nunca chegou a operar. O material circulante foi vendido para os Ferrocarriles de Valência.

Os carris foram arrancados e o canal desmantelado. Há ainda bastantes vestígios da existência do mesmo na cidade de Viana do Castelo e ao longo do vale do rio Lima.

Com a construção da nova linha de altas prestações entre Porto e Vigo, a ser concretizada na próxima década e, uma estação intermédia na vila de Ponte de Lima com acesso a serviços ferroviários de caráter InterRegional, devia ser hora de revisitar os planos ancestrais da Linha do Vale do Lima.

Neste corredor, no raio de procura da putativa linha, habitam cerca de 60mil pessoas. Há uma polarização regional nos pólos de ensino, saúde, comércio e indústria da cidade de Viana do Castelo. Há também um potencial turístico assinalável ao longo de todo o Vale do Lima e ainda uma porta de entrada para o Parque Nacional Peneda-Gerês em Ponte da Barca e Arcos de Valdevez. Não é brincadeira nenhuma imaginar o potencial de uma nova linha ferroviária nestas condições.

A oportunidade é:

• Complementar e alimentar a Linha do Minho e a nova Linha Porto-Vigo num corredor transversal;

• Ligar de forma sustentável e competitiva com a rodovia, as cidades e vilas do vale do rio Lima;

A inspiração são quase sempre as ferrovias métricas na Suíça. A facilidade de implantação nas curvas e declives mais acentuados. E a facilidade de integração nos meios urbanos, com material circulante ágil e articulado.

Um sistema ligeiro híbrido com um serviço tramway/metro ligeiro de superfície no atravessamento diametral da cidade de Viana do Castelo e da vila de Ponte de Lima e um serviço regional no restante traçado.

A estação de Viana de Castelo é das melhores estações de Portugal. Além de estar no centro geográfico da cidade, é intermodal por excelência, ao ter a central de camionagem contígua à gare ferroviária. E porque tem um centro comercial por cima, o que oferece serviços e alimentação quase de imediato a quem aceda à cidade de comboio.

Está a 5 minutos a pé do centro histórico e a 3 minutos do Hospital Distrital. 

Importa conectar os pólos do Instituto Politécnico de Viana, e o atravessamento diametral urbano da nova linha é capaz de consolidar a cidade, com todos os locais geradores de procura a menos de 15 minutos de qualquer vianense ou visitante.

Ponte de Lima, a orgulhosa vila mais antiga de Portugal, anualmente visitada por dezenas de milhar de pessoas, pode ter a sua conectividade a Braga, Aeroporto e Galiza exponenciada com a nova Linha Porto-Vigo. Nesta dinâmica de uma nova linha no vale do Lima, será indispensavel considerar o atravessamento da vila, com uma estação no centro e outra na margem norte em Arcozelo, a poucos minutos da futura gare ferroviária agregada à Linha Porto-Vigo.

Em termos de plano operacional, 45 Kms percorridos em cerca de 1 hora. Os serviços regionais da Linha do Minho e da futura Linha Porto-Vigo passam a ser complementares entre si, com os transbordos em Viana e Ponte de Lima.

Frequências de 40 minutos de ponta a ponta e de 20 minutos no atravessamento diametral da cidade de Viana do Castelo, podendo assim reestruturar a mobilidade na cidade.